Stock: Dirigente ameniza culpa de Salustiano por doping

O presidente da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA), Paulo Scaglione, admitiu que ficou surpreso com o caso de doping anunciado nesta quarta-feira envolvendo o lÁ­der da Copa Vicar, Paulo Salustiano, mas evitou fazer crÁ­ticas e amenizou a culpa do piloto no caso.

O dirigente mostrou um discurso favorável ao competidor e pretende usar o caso para pedir mudanças na forma como o doping é encarado no automobilismo, que na visão dele, não pode ser da mesma maneira que em outros esportes.


“Claro que é ruim para ele, mas ainda bem que esse caso se deu com alguém cujo resultado da corrida mostra que a ação da substância não afetou o rendimento”, disse Scaglione, referindo-se ao piloto que fez a pole e venceu a etapa inaugural da temporada, em São Paulo, no dia 13 de abril, quando foi pego no exame. “Nenhuma droga no organismo vai melhorar o desempenho de um piloto”, justificou.


O presidente da CBA também fez questão de destacar a boa conduta de Salustiano e afastou a hipótese de o piloto ter feito uso de bebida alcóolica ou alguma droga proibida por lei. “Um resultado de doping é constrangedor, mas eu entendo que todos os pilotos da Stock são sérios. O Salustiano venceu uma corrida em uma categoria na qual são todos pilotos em rota de ascensão. Ele não estava correndo com nenhum novato”, disse o dirigente.


“Um piloto, por exemplo, não consegue dirigir bêbado e vencer uma corrida. Ele nem teria condições fÁ­sicas de aguentar o ritmo forte”, reforçou o piloto, que admitiu também ter aplicado uma pena mais leve em relação a outros casos.


“Dei 30 dias de punição baseado no parecer de um dos médicos. A indicação era advertência, mas a punição mÁ­nima que eu costumo dar é de 180 dias. Como é um negócio novo, preferi dar 30 dias porque era uma forma de punir também”, explicou.


O dirigente aproveitou para criticar as declarações de Renato Russo, que em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, disse que alguns pilotos consumiam substâncias proibidas antes das corridas. “A declaração dele foi infeliz em um momento infeliz. O Renato Russo é um piloto muito contestado nas competições. Se fosse um Ingo Hoffmann, as declarações teriam credibilidade”, disse.


Sclagione agora pretende trabalhar para mudar as regras de doping para automobilismo. “Nós temos que fazer um trabalho para mudar isso. Não sou médico, mas pretendo trabalhar para que se façam estudos que serão apresentados para a FIA (Federação Internacional de Automobilismo) e mudarão isso. Eu gosto de desafios e vou passar a me dedicar para esse lado”, prometeu.


Fonte: Terra