Stock: Fontes diz que tomou ‘decisão certa que acabou dando errado’

Incidentes na última etapa da fase classificatória da Stock Car V8 em
BrasÁ­lia impediram goiano de entrar no grupo que vai decidir o tÁ­tulo.

Apesar dos contratempos que o impediram de disputar uma das 10 vagas no playoff da Copa Nextel Stock Car V8, Ruben Fontes avaliou como positiva sua participação na oitava etapa, que encerrou a fase classificatória no último domingo (23) em BrasÁ­lia. O piloto goiano terminou a corrida em 16º e não pontuou, ficando fora do grupo dos 10 pilotos que, nas quatro últimas corridas do ano, vão decidir o tÁ­tulo brasileiro da categoria.

“Eu estava largando em 17º e me propus a uma estratégia agressiva nas primeiras voltas da corrida, para ganhar as posições de que precisava. Completei a primeira volta em décimo, a segunda em oitavo e a terceira em sétimo”, resume. “Eu sabia que tinha que terminar a corrida entre os cinco primeiros colocados para pensar no playoff, adotei uma estratégia que estava dando certo, mas na quinta volta tudo mudou”, acrescenta.

A mudança na situação deveu-se a um incidente entre Fontes e o paulista Marcos Gomes. “A atitude dele foi inexplicável. Tenho certeza de que ele não teve má fé, pode ter sido erro, mas o que houve foi inexplicável. Ele deu um toque na traseira do meu carro na curva Dois, eu caÁ­ para 16º e fiquei fora da briga pelo playoff”, descreve. “O Marcos já tinha a vaga garantida e não precisava forçar. O que houve foi absurdamente inoportuno”, define.

A perda de nove posições na fase inicial da corrida obrigou Fontes a uma mudança de estratégia. “Depois da terceira volta, eu assumi uma pilotagem mais conservadora, para poupar o carro. Mesmo assim, o meu carro era um dos mais velozes da pista. Quando despenquei lá para trás, tive que começar tudo de novo, voltei a ser agressivo na minha pilotagem. Àquela altura, eu precisava no mÁ­nimo do quarto lugar para ir ao playoff”, lembra.

A tarefa de recuperar posições era dificultada pelo calor excessivo e pela alta abrasividade do asfalto do Autódromo Internacional Nelson Piquet. “A corrida foi extremamente desgastante para os pilotos e os carros. Por outro lado, de um certo modo, isso me favoreceu um pouco, porque alguns pilotos começaram a enfrentar problemas. Herdei algumas posições com isso, conquistei muitas outras fazendo ultrapassagens”, descreve.

Fontes, que compete na Stock Car V8 com o Peugeot 307 número 87 da Neo QuÁ­mica-Neosoro/JF Racing, estava em oitavo quando, na segunda metade da etapa brasiliense, tentou ultrapassar o paranaense Thiago Marques pela linha externa do traçado. Num toque entre os dois carros, o piloto goiano rodou, saiu da pista e perdeu todas as posições que havia reconquistado. Com isso, terminou a corrida em 16º, fora da zona de pontos.

“Eu arrisquei uma tentativa de ultrapassagem e o Thiago tocou em mim. Foi um incidente casual, ele estava defendendo a posição dele, acabou perdendo a linha ideal da curva e os carros se tocaram. Ele não teve culpa nenhuma”, frisa Fontes. “Eu até poderia ser mais conservador. Fiz uma escolha que poderia ter sido a certa e acabou não sendo. Na pista, você tem que tomar as decisões em frações de segundo”, analisa.

Entre o momento do acidente com Marques e o encerramento da corrida, outros pilotos que figuravam Á  frente de Fontes enfrentaram problemas. “Caso não houvesse a batida com o Thiago, é bem provável meu resultado na corrida fosse suficiente para me colocar no playoff. Agora, fazendo contas e assistindo o VT, a conclusão é esta. Mas analisar desta forma, com todo um panorama desenhado, é muito fácil apontar erros e acertos”, diz.