Stock: RedBull larga no meio da muvuca curitibana

Nos ultra-disputados treinos de classificação desse sábado, Daniel Serra e Hoover Orsi conquistaram o 13º e o 24º lugares respectivamente, em uma sessão em que, sem considerar os tempos da Super Classificação, 31 carros terminaram no mesmo segundo do lÁ­der, talvez um recorde mundial para categorias de turismo em circuitos mistos.

Serrinha, por exemplo, ficou a apenas 0.020 (sim, vinte milésimos – mais ou menos o tempo que você leva para piscar os olhos) de uma vaga entre os top-10 que disputaram a pole position, conquistada por Rodrigo Sperafico, da equipe Action Power. O piloto da Red Bull Racing cravou 1:23.737 em sua melhor volta.

“Quando completei minha volta rápida, até comemorei”, confessa o paulistano de 23 anos, que havia obtido a pole em sua estréia na Stock Car, duas semanas atrás em Interlagos. “Senti que havia sido uma boa volta, que eu havia extraÁ­do tudo que o carro tinha para dar. Só cometi um pequeno erro no ‘S’ de alta, mas que me custou no máximo um décimo. No fim, essa diferença teria nos colocado entre os dez melhores”, lamenta.

“Mas melhor errar arriscando do que não arriscar. Não dá para fazer pole todos os dias, afinal”.

Hoover, por sua vez, ficou a apenas 0.154 de Serrinha – o suficiente para uma diferença de 11 (!) posições no grid. Novamente, o sul-mato-grossense foi traÁ­do por um jogo de pneus que não se comportou como o esperado.

“O dia começou bem; no primeiro jogo de pneus, fiquei entre os cinco primeiros”, explica. “Para o segundo jogo não mexemos em nada no carro, por isso tinha certeza de que poderia melhorar uns dois ou três décimos e lutar por um lugar na Super Classificação. Mas, como havia acontecido ontem, o comportamento do carro mudou completamente no segundo jogo; a traseira saÁ­a tanto que eu mal conseguia acelerar nas saÁ­das de curva. Se essa inconstância entre os jogos de pneus continuar assim o ano inteiro, o campeonato vai virar uma grande loteria”.

Para o chefe de equipe Amir Nasr, o mistério das variações dos pneus nacionais continua a ser um tormento.

“O segundo jogo de pneus do Hoover simplesmente não funcionou. Ele era o terceiro colocado com o primeiro jogo; estávamos bastante confiantes. Mas no segundo jogo, que era zero-quilÁ´metro, o carro virou oito décimos pior. Já com o Serrinha deu quase tudo certo, mas isso é a Stock Car hoje. A diferença entre estar em primeiro e estar em 13º é muito pequena”.

Amanhã, diante dos tradicionais “bolos” na primeira volta, causados pela chicane-funil ao final da reta do Autódromo Internacional de Curitiba, Serrinha e Hoover pretendem seguir o velho adágio de que corrida não se ganha – mas se pode perder – na primeira volta.

“Em São Paulo larguei pensando em subir no pódio, mas aqui a prioridade vai ser buscar uma colocação entre os pontos”, Serrinha admite. Hoover concorda: “É difÁ­cil largar no meio da confusão e não ser acertado por ninguém nas primeiras voltas, por isso meu foco para o domingo é tentar ‘sobreviver’ até o fim. Se conseguir chegar nos pontos, é lucro”.