Stock: S do Senna vira S das SaÁ­das em Interlagos

Primeira prova do ano é marcada pela grande quantidade de acidentes, incluindo o que provocou o abandono dos irmãos Thiago e Tarso Marques.

Em um ano em que a Stock Car é aclamada por várias novidades, incluindo o recorde de 50 pilotos inscritos, a primeira etapa, realizada hoje, em Interlagos, mostrou que a competitividade acirrada em disputas equilibradas na pista ainda é a principal marca da categoria.

Com 38 carros no grid, número limite permitido pelo regulamento, e tantos andando juntos, era mesmo impossÁ­vel que a prova não fosse marcada por inúmeros acidentes. A maioria deles, em um ponto especÁ­fico do circuito: o S do Senna.

Hoje, no entanto, o tal “S” foi o ponto onde as principais confusões da corrida aconteceram. O maior enrosco ocorreu na 12ª volta, iniciado após uma disputa pela sexta colocação, envolvendo Ruben Fontes, Tarso Marques e Marcos Gomes.

Entre a primeira e a segunda perna do S, Gomes tentou a manobra para cima de Tarso. Os dois acabaram se tocando e abandonaram a prova. Segundos depois, já com bandeira amarela acionada no local do acidente, uma nova batida provocou a saÁ­da do irmão de Tarso, Thiago Marques. Para completar a triste coincidência do “S das SaÁ­das”, Lico Kaesemodel também saiu da pista em um terceiro acidente ocorrido na mesma volta.

Marques, da Cimed Racing, levou um toque de Paulo Salustiano na traseira de seu Volkswagen Bora e, com o choque, teve seu carro projetado em direção Á  barreira de pneus. Com isso, também abandonou a corrida. O consolo para Thiago é que, logo após a prova, o piloto da M4T foi aos boxes da Action Power pedir desculpas ao paranaense.

“Ele disse que não viu a bandeira amarela e por isso encheu a parte traseira do meu carro. Foi uma pena mesmo, acho que poderÁ­amos ter feito uma boa corrida hoje”, contou Marques (Cimed-Sky-Alpina).

O diretor-técnico da Cimed Racing, Paulo de Tarso, lamentou o ocorrido, mas preferiu não fazer nenhum protesto Á  direção de prova. “Corridas sempre têm acidentes, e geralmente, muito polêmicos. E aquele ponto do S do Senna sempre tem confusão. Eu mesmo já tomei muitos toques nesse ponto, incluindo na preliminar do GP Brasil de F-1”, disse Paulo de Tarso, citando uma corrida do Trofeo Maserati. “Se bobear, também já devo ter aprontado das minhas ali”, brincou o bem-humorado dirigente da Cimed Racing.

O consolo para a equipe é que o time marcou os primeiros pontos do ano com Luciano Burti (Cimed-Brasil Telecom-Sky). O ex-piloto da F-1, com passagens pelas equipes Stewart, Jaguar, Prost e Ferrari, largou em 18º lugar e buscou escapar das confusões para chegar na zona de pontuação (dos 38 que largam, 15 marcam pontos).

“No começo da prova, o carro estava bem competitivo, mas, depois de poucas voltas, tive dificuldades com o equilÁ­brio do carro, perdendo aderência dos pneus, sobretudo na parte traseira. O carro vibrava muito nas freadas e era complicado defender minha posição, porque é justamente na freada onde se definem as ultrapassagens. Com isso, procurei administrar a corrida e chegar ao final para pelo menos iniciar o ano completando a primeira etapa”, disse o piloto, que chegou na 14ª colocação e tem dois pontos na tabela.

Os dois pilotos da Cimed Racing concordam que, para Curitiba, o ideal é melhorar o desempenho do time na classificação. “Agora temos melhor noção de como funcionam os novos pneus. Quem veio da Light levou a vantagem inicial nesta primeira etapa por já ter experiência de Stock Car com os compostos nacionais, mas certamente em Curitiba a história será mais equilibrada”, disse Arlindo Romero, engenheiro-chefe da Action Power.

A próxima etapa da Stock Car será dia 6 de maio, em Curitiba.