Trofeo Maserati: Vitória em dose dupla premia Alencar Jr.

A tristeza e a desolação que tomaram conta do piloto no Autódromo Internacional de Goiânia, no dia 12 de novembro, naquela que seria a 8ª etapa e a festa de campeão por antecipação, foram substituÁ­das – neste final de semana – na rodada dupla do Campeonato Brasileiro Maserati, no Autódromo Municipal José Carlos Pace, Interlagos, em São Paulo, por alegria, por euforia e, como sempre, por agradecimentos de Alencar Jr. aos familiares e amigos, em vitória de dose dupla, na 8ª etapa (ontem) e na 9ª e última etapa de hoje.


Dose dupla que consagra Alencar Jr. (LinkNet/Neo QuÁ­mica) como o melhor piloto da temporada e, muito provavelmente, das três edições que compuseram, até agora, o Campeonato Brasileiro Maserati, iniciado em 2004, com seis etapas; em 2005, com dez etapas, e este ano com nove corridas.

Alencar Jr. encerra sua participação nesta temporada com 6 vitórias em 9 etapas; das 18 baterias, ele conseguiu por oito vezes a 1ª colocação, por sete vezes a 2ª posição, duas em 3º lugar e apenas uma em 4º. O piloto goiano somou 386, ou seja 85,7% de aproveitamento de 450 pontos disponÁ­veis.

Nas duas baterias da 9ª etapa, Alencar Jr. mostrou – mais uma vez – perspicácia, habilidade e arrojo nos momentos certos. Na primeira parte da corrida, o piloto – que havia largado na 3ª posição – passou com facilidade o seu oponente Valter Rossete, ainda na primeira volta, depois que este tentou, de modo frustrado, ultrapassar o pole position Rafael Derani. Mais uma vez, ao equivocar-se no ponto de freada e se esparramar, Valter Rossete abriu caminho para Alencar Jr.

Até o inÁ­cio da 9ª volta, o piloto goiano não incomodou o lÁ­der da bateria Rafael Derani. Mas era uma questão de tempo. Com diferença de apenas 211 milésimos, na abertura da 10ª, no final da reta dos boxes, Alencar Jr. tentou superar Rafael Derani, que habilmente fechou as portas e terminou a 1ª bateria em primeiro lugar.

Depois dessa tentativa, Alencar Jr. esperou a entrada do Safety Car, na 13ª volta. Com o realinhamento dos carros, a exemplo do que acontecera no dia anterior em cima de Valter Rossete, Alencar Jr. ultrapassou até com certa facilidade o até então lÁ­der Rafael Derani, para seguir livre e cruzar a linha de chegada.

Experiência, “velha raposa”, habilidade, “sabe esperar” e outras expressões de elogio foram utilizadas por Edgard Mello Filho (narrador) e Daniel Serra (comentarista) da RedeTV! para qualificar o piloto Alencar Jr.

Diante dessa situação, a expectativa da 9ª e última etapa do Campeonato Brasileiro Maserati ficou por conta da “briga” entre Rafael Derani e Valter Rossete, cujas diferenças – antes da corrida – eram de 2 pontos e 4 com os descartes dos três piores resultados.

Na primeira bateria, o pole position Rafael Derani recebeu a bandeirada em 1º lugar e já somou mais 25 pontos. Valter Rossete fechou na 3ª colocação e recebeu 16 pontos. O piloto paranaense Renato Cattalini, que também disputava o vice-campeonato, havia chegado em 4º lugar, somando apenas 14 pontos. Nesse cenário, apenas Derani e Rossete concorriam ao vice.

A apenas duas voltas do final da etapa e do campeonato 2006, Rafael Derani – na 21ª volta – foi parar na grama. Nesse momento, Valter Rossete pulou para a 2ª colocação e trouxe como ele Plautos Lins. Mas, Derani ainda conseguiu cruzar a linha de chegada na 5ª posição, na dúvida da matemática da classificação geral ajudado pelo pai Walter, obviamente da mesma equipe CRT Competições.

Assim, Rafael Derani encerra o campeonato na vice-liderança com 234 pontos (com o descarte de 18 pontos, chega a 216). Valter Rossete é o 3º da temporada 2006 com 231 pontos (com o descarte, finaliza com 211). Portanto, diferença de apenas 5 pontos.

Segundo Rafael Derani, “os técnicos estão verificando, mas acho que quebrou o amortecedor traseiro. No momento que ouvi um barulho, perdi por completo o controle do carro. De qualquer maneira, estou satisfeito com o vice-campeonato. E lembrar que tive um cabotamento em BrasÁ­lia e outras adversidades ao longo do ano…”. Rossete, por sua vez, entende que evoluiu muito na categoria, graças ao seu técnico Betinho Gresse e o acerto do carro nas mãos de Ton Lellis.

Em quarto, o piloto paranaense Renato Cattalini, o gentleman, com 183 pontos. E aqui vale uma ressalva: sem ter participado em Santa Cruz do Sul. Na quinta posição, Chico Longo com 153 pontos. Guto Negrão, mesmo sem ter participado de cinco das nove etapas, é o sexto do campeonato com 145 pontos. À Walter Derani, um capÁ­tulo Á  parte, vale uma menção honrosa. Terminou a temporada em 7º lugar, com 132 pontos. A colocação e os pontos pouco significam a este piloto de 55 anos de idade. Dos sete primeiros colocados do campeonato, ao lado de Alencar Jr., Rafael Derani e Valter Rossete, Walter pontuou em todas as provas, mas com espÁ­rito esportivo e não de competição.